sexta-feira, 27 de abril de 2007

OS CAMINHOS DAS ESCOLAS

Meu dia começa bem cedinho, logo às 6 horas já estou de pé. Vou pra natação, bem pertinho de casa; depois do exercício e do banho, começa a correria em direção a primeira escola em que trabalho; a EEEF Araguaia.

Pego meu carro, um KA-fofo, e entro na Av. Cavalhada. Invariavelmente estou atrasada, pois saio da natação às 7h30 e tenho 15 minutos para percorrer 11 km até o Araguaia. O movimento é intenso, pois tem muitas escolas nessa avenida. A Cavalhada se bifurca com a Eduardo Prado e lá vou eu... descendo a avenida com cuidado, pois tem dois pardais bem colocados por lá. Chego à rótula com a Av. Juca Batista, próximo ao Zaffari Ipanema, e sigo em direção à zona sul. Neste ponto o trânsito já não é tão intenso e dá pra dar uma pisada a mais – sempre com segurança – no acelerador. O local mais perigoso é na rótula de entrada do bairro Belém Novo; alguns metros adiante e mais uma rótula, com a estrada Gedeon Leite, dessa vez a que devo virar à esquerda. De longe já dá pra ver o movimento das crianças; nosso “guardinha” o seu Toledo, muito querido por todos, já está em seu posto, parando o trânsito para os alunos atravessarem a estrada. Quando estaciono no pátio da escola, alguns alunos já cercam o carro, ansiosos para serem os primeiros a dar o bom-dia para a professora, disputam o material que tenho de carregar, a garrafa de água que ponho na geladeira todas as manhãs... enfim, todos querendo me ajudar. Como trabalho com os anos iniciais na biblioteca e com a 5ª e 6ª séries em sala de aula, o tamanho dos alunos ao meu redor é sempre variado. Vou pra essa escola todos os dias e amo muito esse lugar. Apesar de concordar com alguns argumentos de quem diz que não devemos fazer do nosso local de trabalho um “segundo lar”, é assim que me sinto quando piso nela: entrando em casa. Temos uma direção excelente, que dá plena autonomia e poder de autoria ao seu grupo, não tem como não se sentir a vontade.

As quartas, quintas e sextas são dias de jornada dupla. Saio do Araguaia, às 11h55, e vou em direção à Restinga. Entro na Avenida do Trabalhador, Lomba do Pinheiro e entro em São Tomé, já município de Viamão. Vou até a RS 118 e sigo em direção à Gravataí. Passo pelo autódromo de Tarumã, pelo distrito industrial de Alvorada, cruzo o rio Gravataí e chego ao distrito industrial dessa cidade. Estou no Morro do Coco, bairro Bela Vista, um dos pontos mais altos e perigosos de Gravataí. O cenário é mais triste, muita pobreza, muita criança de pé no chão brincando com o esgoto a céu aberto. Minha escola, a EMEF José Mariano Garcia Mota, fica numa “quebrada” desse morro. É o segundo ano que leciono lá, no começo foi bem difícil. Tenho turmas que é o sonho de qualquer professor do Estado, a maior tem 16 alunos! Mas é uma “clientela” (nome horroroso) bem complicada, com uma realidade bem diversa do que já tinha encontrado, com costumes próprios e linguagem própria. Cheguei para desequilibrar o ambiente e dei aos meus alunos, primeiramente muito, muito afeto... depois fui me preocupar com o resto. Tanto que o “conteúdo” que trabalho com a 6ª série na outra escola, só consigo “dar” no final da sétima aqui, e com dificuldade! Mas a minha preocupação maior, como professora de língua portuguesa é fazê-los perder o medo da escrita e recuperar suas autonomias que muitas vezes nós mesmas, professoras, sonegamos.

sábado, 21 de abril de 2007

terça-feira, 17 de abril de 2007

Tudo bem, mas...



Estou apaixonada pela idéia de estudar novamente, mas quinta-feira serei obrigada a abandonar o curso, a não comparecer na aula presencial pelo motivo acima...

Dá-lhe colorado!

Quer saber mais sobre quinta-feira? http://www.internacional.com.br

PS: desculpe, professor, sei que esse espaço era exclusivo para o PEAD... paixão é paixão!

segunda-feira, 16 de abril de 2007


Então vamos à apresentação pessoal...

Eu sou a Najla, tenho 30 anos, e como a maioria, me viro trabalhando em 2 escolas.

Me formei em Letras, pela UFRGS, em 2002, no dia das bruxas! Entrei na letras para cursar espanhol - uma paixão antiga - mas acabei tendo de fazer uma cadeira de latim e mudei de paixão. Não pude aproveitar muito minha escolha para lecionar, tive duas experiências no ensino universitário que não me agradaram. No entanto um profundo conhecimento das origens da nossa língua me ajuda muito!

Depois de formada me dediquei a estudar para concursos públicos, vi muitas amigas "comendo na mão" de escolas particulares, e além de não querer isso pra mim, tal condição não condizia com o caráter de educação popular que sempre procurei para minha prática.

Fiz também especialização em Psicopedagogia, o título da minha monografia foi " Ideologia, Língua Portuguesa e Livro Didático", em que procurei mostrar a diferença com que a mesma editora tratava os alunos do ensino público e do particular, através dos textos e das propostas pedagógicas.

Acabei optando por lecionar em Gravataí, numa escola lá longe de tudo, pelo menos pra mim, moradora da zona sul de Porto Alegre. Foi uma experiência e tanto! No ano seguinte fui convidada a trabalhar na secretaria de educação deste município, e foi outra experiência e tanto! Ter noção da organização "macro" de um sistema educacional vale e muito, principalmente para entender porque tantas coisas que parecem tão simples não funcionam. Mas também não era minha praia, sentia muita falta de "fazer a diferença" na sala de aula.

Hoje, como já disse, leciono em duas escolas. A primeira é a EEEF Araguaia, na Hípica, em Porto Alegre, para 5ª e 6ª séries. Lá também atuo na biblioteca, com a educação infantil, minha mais nova paixão. Sinto muita vontade de ter uma "turminha", de poder realizar um trabalho mais concreto, mais efetivo e consistente, coisa que a correria entre uma turma e outra não permite. A segunda escola é a EMEF José Mariano Garcia Mota, no famoso Morro do Coco, em Gravataí. Lá atuo com 6ª, 7ª e 8ª séries. Deu pra perceber que dou conta de todo ensino fundamental, né? Pois é uma loucura... tem dias que nem sei o que disse em que turma...

Por fim, mas nunca menos importante, tenho dois filhotes maravilhosos. Um chamado Pablo, de 13 anos, em plena crise de aborrescência, e outro, Pedro, de 5 anos, cujo apelido é "furacão"... dá pra ver o anjo que é...

Então tá... isto é um pouquinho de mim.

Quem quiser conversar mais, ao vivo, a cores, online, por sinais de fumaça... estou aí!

Abraços!

sábado, 14 de abril de 2007

Então tá...

Este espaço será usado exclusivamente - como o próprio endereço sugere - para o curso de Pedagogia a distância da UFRGS.

Costumo usar com meus alunos um caderninho de redação para que eles mesmos possam acompanhar os seus progressos na escrita. Acho que vou provar do meu próprio "veneno" com este blog. Que bom!